segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

O Poder das Mãos

 

Vamos deixar bem claro desde já que o intuito aqui é mostrar que a sexualidade como a conhecemos foi algo muito limitado, e de expressão muito medíocre.  Só a simples sugestão de que, tirando a penetração propriamente dita do pênis na vagina, que é o que se considera a relação sexual em si, todo o resto é considerado "Preliminares", já deixa comprovado o quanto o universo de nossa sexualidade foi absurdamente restringido.

 

Não existem regras, ou mesmo padrões estabelecidos sobre o que deve ser a relação sexual entre um homem e uma mulher, assim como também não têm que ser consideradas regras ou padrões para o relacionamento entre duas mulheres ou mesmo entre dois homens.  Muito embora a pornografia seja uma referência que pode ser utilizada para nos ajudar a criar formas alternativas de como se relacionar sexualmente, ela não deve ser seguida à risca, como se fosse uma receita de bolo, ou um roteiro do que deve ser feito para que os amantes possam obter orgasmos.

 


A Verdade é que nossa sexualidade encontra-se muito centrada na exploração dos genitais, e não consideramos que temos muita sensibilidade ao longo de toda a extensão do nosso corpo, da nossa pele, desde a ponta dos dedos dos pés até o topo da nossa cabeça.  E a melhor forma de explorarmos toda a extensão de nossa sensibilidade táctil é através do uso de nossa mãos.

 

Agora é a hora de entendermos que, muito mais importante do que ficarmos perseguindo orgasmos de curta duração, é experimentarmos todo o êxtase que pode ser sentido ao se explorar uma gostosa massagem em diferentes pontos do nosso corpo, seja na planta dos pés, nas pernas, entre as coxas, na lateral dos quadris, no abdômen, no peito, seios, ao longo dos braços, nas mãos, entre os dedos, entre outros locais que podem ser explorados e que podem provocar uma gostosa sensação de êxtase de estar sendo acariciado, adorado, amado.

 

Como já disse antes, não há limites para a adoração de uma pessoa com quem desejamos construir uma relação de intimidade extrema, e é necessário deixar bem claro que essa intimidade vai muito além de dois corpos despidos se atritando um contra o outro.  Estou falando de uma intimidade que é construída na conexão espiritual de duas pessoas que resolvem abrir seu coração um para o outro, sem medo de exporem suas fragilidades, seus pontos fracos, seus medos, suas expectativas.

 

Uma relação amorosa deve ser algo a ser vivido intensamente, sem restrições ou limitações, pois é nessa troca destemida que iremos nos conhecer intimamente, um ao outro.  Uma relação verdadeiramente intima e aberta não vai só nos levar a conhecer em detalhes a pessoa amada, mas também nos permitirá auto-conhecimento de nossas maiores sensibilidades, nossos pontos mais sensíveis ao toque, orgasmos que podem ser produzidos por toda a extensão do nosso corpo, de estados de consciência alterados que podem ser atingidos através da entrega absoluta às carícias oferecidas pela pessoa amada.

 

Portanto, não devem haver limites para essa exploração intima, e as mãos constituem as partes mais importantes de nosso corpo para empreender essa exploração tão intensa e poderosa.  Muito mais do que se valer do aspecto sedutor que nossos genitais possam ter sobre nós, o verdadeiro amante adorador deve ter a consciência que existe um universo muito mais amplo a ser explorado através do toque, de carícias, massagens, apertos, beliscões, entre outras expressões que são possíveis de serem empreendidas com as mãos.

 

Sem contar que orgasmos produzidos pela massagem direta dos genitais tendem a ser os orgasmos mais intensos e prolongados que podem ser proporcionados a uma mulher, ou mesmo a um homem.  A talvez "não tão famosa" troca de masturbação não é só algo a ser empreendido entre casais homossexuais, como alguns tendem a acreditar, mas é algo que pode ser até mais prazeroso a ser feito entre um homem e uma mulher, do que a penetração propriamente dita, considerando que o casal tenha a coragem de transpor a diferença entre os genitais, e um se disponha a mostrar para o outro qual a melhor forma que cada um gosta de ser tocado genitalmente.  Para isso, basta que eles sejam capazes de transpor suas inibições e passem a se masturbar na frente da pessoa amada, permitindo que essa pessoa possa aprender de que forma ela/ele gosta de ser tocado.  Por que não também começar a trabalhar nossos aspectos mais exibicionistas nesse processo?  Te garanto que será algo extremamente excitante e gostoso de se ver!

 

Nossas mãos sempre serão nossa mais importante forma de se expressar sexualmente, e conforme costumo dizer, se relacionar sexualmente pode ser algo extremamente simples depois que fazemos o trabalho de superar nossas inibições, e passarmos a encarar não só nossa nudez, mas também nossa sexualidade com absoluta naturalidade.  No mais, é só relaxar e se entregar ao jogo do toque: Um tocando o outro, um masturbando o outro!  Afinal de contas, é disso que se trata o taoísmo, a famosa troca de energias yin-yang. 

 

Essa é a forma mais básica e primordial de relação sexual, e não precisa de penetração genital.  Orgasmos garantidos!

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