sexta-feira, 14 de julho de 2023

Máquinas Reprodutivas

 

Vamos expandir um pouco mais esse conceito de "Sexualidade Consciente".  A grande verdade é que somos programados para nos transformarmos em máquinas reprodutivas, seja por nossos pais, nossos parentes, a escola, nossos amigos, nossos colegas e todo o conjunto da sociedade, além de televisão, programas televisivos, propagandas, tudo isso existe para nos manter focados em apenas usar nossa energia sexual para a procriação.

 


Tudo isso, evidentemente, começa na igreja, que foi a precursora da idéia de determinar que sexo era "Pecado Original", algo que é considerado como uma transgressão que não fica muito clara, mas por vezes tem-se a impressão de ser algo mais grave do que aquilo que é considerado "Pecado Mortal", como matar, roubar, enganar ou qualquer outra forma de transgressão que infrinja as regras impostas pelos 10 mandamentos de Moisés.  E por essa razão nascemos com a necessidade de sermos batizados pela mesma igreja Católica Apostólica Romana que impõe isso tudo como uma forma de controle sobre nossa capacidade sexual reprodutiva, mas também como uma forma de manter o controle sobre o crescimento demográfico como um todo.  A igreja determina que sexo só existe com o único intuito de "perpetuar a espécie" e mais nada.

 

A sociedade como um todo cuida de se manter obediente a essa "Limitação instituída", já que estamos falando da "Autoridade Suprema" que representa Deus na Terra, e dessa forma torna-se algo indiscutível e inquestionável, a lei máxima existente no mundo.

 

Mesmo considerando que a Igreja Católica ao longo de todos esses anos perdeu seu poder de controle para outras religiões que vieram para oferecer "Crenças opcionais", todas as outras religiões cuidaram de seguir a mesma diretiva, e a coisa toda foi só se perpetuando.

 

A questão é que nós nascemos, somos batizados, crescemos com os "Nãos" impostos por nossos pais, a escola, nossos parentes, e ao longo do tempo esse controle só se torna ainda mais presente e constante.  Com o tempo crescemos com as exigências da sociedade de que devemos estudar, nos educar (A base da programação primordial que irá orientar tudo em nossas vidas), passaremos a trabalhar, teremos uma profissão, mas então a sociedade começa a exigir que encontremos alguém para namorar, noivar, se casar, ter filhos, educá-los seguindo os moldes da sociedade, e ajudá-los a montar suas famílias da mesma forma, enquanto a nós sobra pura e simplesmente continuarmos envelhecendo, nos aposentar e aguardarmos a morte.

 

Sobrou algum tempo para viver?  Sobrou algum tempo para amar?  Sobrou algum tempo para explorarmos sensações de êxtase, de explorarmos todos os prazeres que um corpo físico pode nos proporcionar?  Acho que não, estávamos muito preocupados com as exigências da sociedade e de todos a nossa volta!

 

Mas sempre tem aqueles que questionam toda essa programação instituída e seguem outros caminhos, os rebeldes, as ditas "Ovelhas Negras", os desgarrados do rebanho.

 

Acham mesmo que eles ficaram esquecidos?  Houve controle para eles também, aqueles que escolheram questionarem as religiões instituídas e resolveram viver a vida por conta própria, infringindo todas as regras.  O controle dessas mentes precisava se dar de outra forma.  Mas todos precisavam trabalhar para conseguir dinheiro para essas aventuras, não é verdade?  O dinheiro sempre foi o controle mais óbvio.

 

Mas então veio a pornografia para "indicar um caminho" a ser seguido.  Diga-se de passagem, a pornografia só tem condições de prosperar em um ambiente de repressão sexual instituída, do contrário não prosperaria.  Afinal de contas, se todos fossem guiados e melhor orientados para seguirem uma expressão sexual mais plena e satisfatória, vocês acham que eles perderiam tempo em ficarem vendo "os outros" se relacionarem sexualmente?!  Sexo não é algo para ser assistido em filmes, mas para ser experimentado na prática, explorando-se todos os sentidos, sentindo na pele, com as mãos, os braços, a boca, as pernas, os pés, usando também a audição, a visão, o olfato, o paladar, sentindo o gosto um do outro.

 

Mas, considerando que "Sexo" nunca foi um assunto aprovado em meios familiares, os filmes pornográficos cuidaram de mostrar de forma gráfica de que forma deveríamos nos relacionarmos sexualmente.  No entanto, o que poderia ter sido usado de forma didática, também sofreu repressão e também foi sendo distorcido com o tempo.  Particularmente no âmbito do relacionamento sexual convencional, ou seja, heterossexual, convencionou-se que a coisa toda se resumia em "Conectar os genitais" em diferentes posições, de formas diferentes, e da forma mais frenética possível.  Todo o resto era considerado "Preliminares"!

 

Conseqüência disso tudo?  Uma quantidade sem fim de gravidez sem planejamento, já que ninguém mais acreditava em se casar e ter filhos, mas todos queriam experimentar o que viam nos filmes pornográficos!  Além de disseminação de doenças venéreas, já que a promiscuidade tornou-se algo aceitável e até uma prática comum das gerações mais jovens.

 

Não vamos nos esquecer do controle da mídia, da televisão, de telenovelas, filmes, propagandas, revistas, jornais, tudo isso foi contribuindo com mais "desinformação", sempre nos instigando e nos levando a desejar ainda mais coisas, como carros, casas, eletrodomésticos, eletrônicos, todo um conjunto de coisas que poderiam tornar nossas vidas "mais emocionantes" e nos deixar cada vez mais desconectados de nós mesmos.

 

Ninguém nunca foi capaz de se voltar para dentro e se auto-conhecer, assumir o controle do próprio corpo.  Tínhamos uma infinidade de ditos "especialistas" para nos dizer o que deveríamos fazer para sermos mais felizes, não tínhamos que nos preocupar em se auto-conhecer.

 

A sexualidade foi se tornando cada vez mais automática, descontrolada, caótica.  Mas ao menos os índices de natalidade estavam "Nas alturas", e a explosão demográfica foi algo inevitável nesse processo.

 

Se queremos de fato exercer uma "Sexualidade Consciente", devemos acima de tudo nos tornarmos soberanos e assumirmos o controle absoluto de nossas mentes e corpos, questionarmos tudo que somos condicionados a acreditar, a ver e a presenciar, questionarmos as tradições instituídas, sempre usando de muito discernimento, muita auto-crítica, muita consciência de que as regras merecem ser questionadas e que as massas nem sempre possuem as melhores respostas para tudo.

 

No mais, todos os textos anteriormente apresentados já cuidaram de lançar luz em novas idéias para podermos tirar melhor proveito de nossos corpos e nossa sexualidade.

 

Está na hora de assumirmos o controle de nós mesmos e deixarmos de sermos meras "Máquinas Reprodutivas"!

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