Vamos expandir um pouco mais esse conceito de "Sexualidade Consciente". A grande verdade é que somos programados para nos transformarmos em máquinas reprodutivas, seja por nossos pais, nossos parentes, a escola, nossos amigos, nossos colegas e todo o conjunto da sociedade, além de televisão, programas televisivos, propagandas, tudo isso existe para nos manter focados em apenas usar nossa energia sexual para a procriação.
Vamos agora trabalhar um conceito diferente. O que significa uma "Sexualidade Consciente"? O que podemos entender disso?
Alguns poderiam simplesmente responder que se trata de saber se proteger de doenças venéreas, fazendo uso de camisinha de látex, ou mesmo evitando uma gravidez indesejada fazendo uso também de contraceptivos ou mesmo escolhendo bem seus parceiros sexuais. Não é dizer que não seja importante ter esse tipo de precaução na hora da relação sexual, mas essa ainda é uma idéia muito limitada do que pode significar o exercício de uma sexualidade verdadeiramente consciente.
A verdade é que a sexualidade humana como um todo sempre esteve revestida por uma camada muito grossa de emoções de medo, culpa, constrangimento, vergonha e aversão. Todas essas emoções sempre estiveram profundamente associadas à expressão da nossa sexualidade, e sempre tornou tudo muito difícil, embora nunca possamos negar que nunca conseguimos verdadeiramente deixar de sentir tesão, já que isso é algo que faz parte da nossa natureza humana, e trata-se de uma energia criativa que se for reprimida ou suprimida pode até mesmo causar doenças e nos manter vibrando emocionalmente muito baixo.
Vamos agora avançar na escala de assuntos polêmicos. Vamos falar sobre sexo anal, mas eu pretendo aqui abordar esse assunto de uma outra forma.
Quando se fala de sexo anal, a primeira imagem que vem à mente é de penetração. Um pênis masculino penetrando um orifício anal, seja de um homem ou de uma mulher. Essa tem sido uma prática muito disseminada, e até bastante estimulada. Não há quem não tenha a curiosidade de experimentar isso.
No entanto, embora seja uma modalidade sexual muito cobiçada, ainda é algo que é tabu para a grande maioria. O ânus não foi feito para ser penetrado por um pênis, e isso é fato! Além de se considerar que a parede anal tem uma musculatura mais fraca, diferente do que é encontrado na cavidade vaginal da mulher que é mais bem preparada para esse tipo de penetração, também não possui lubrificação que favoreça esse tipo de atividade. A vagina feminina existe para esse tipo de atividade, mas sempre tem aquela retórica de que a possibilidade de haver uma gravidez é muito grande. Assim sendo, isso justificaria o uso da cavidade anal para penetração, já que esse dito "perigo" se torna ausente. Mas a possibilidade de acontecerem feridas, ou mesmo da parede anal se tornar irritada, ou até mesmo do ânus literalmente "virar do avesso", ficar exposto do lado de fora, e se tornar inchado é enorme!
Vamos estender um pouco mais o nosso conceito de adoração, abordando um tema que ainda é controverso mesmo nos dias de hoje, além de ser uma prática sexual que muitos não aceitam fazer, ou então fazem para agradarem seus parceiros, embora muito a contra-gosto. Estamos falando do Sexo Oral.
Esse permanece sendo um tema que divide opiniões. Uns preferem não fazer por alegarem não ser algo higiênico, outros podem alegar questões de pecado ou qualquer outra alegação religiosa.
Foi em 1972 que um filme chamado "Garganta Profunda" foi lançado nos cinemas americanos, causando verdadeiro furor, além de gerar uma enorme polêmica quando começou a ser perseguido e censurado pelo governo americano na época, gerando uma série de discussões sobre o tema, considerando que a revolução sexual chegava a seu auge com tudo isso.
Vamos deixar bem claro desde já que o intuito aqui é mostrar que a sexualidade como a conhecemos foi algo muito limitado, e de expressão muito medíocre. Só a simples sugestão de que, tirando a penetração propriamente dita do pênis na vagina, que é o que se considera a relação sexual em si, todo o resto é considerado "Preliminares", já deixa comprovado o quanto o universo de nossa sexualidade foi absurdamente restringido.
Não existem regras, ou mesmo padrões estabelecidos sobre o que deve ser a relação sexual entre um homem e uma mulher, assim como também não têm que ser consideradas regras ou padrões para o relacionamento entre duas mulheres ou mesmo entre dois homens. Muito embora a pornografia seja uma referência que pode ser utilizada para nos ajudar a criar formas alternativas de como se relacionar sexualmente, ela não deve ser seguida à risca, como se fosse uma receita de bolo, ou um roteiro do que deve ser feito para que os amantes possam obter orgasmos.
A Verdade é que nossa sexualidade encontra-se muito centrada na exploração dos genitais, e não consideramos que temos muita sensibilidade ao longo de toda a extensão do nosso corpo, da nossa pele, desde a ponta dos dedos dos pés até o topo da nossa cabeça. E a melhor forma de explorarmos toda a extensão de nossa sensibilidade táctil é através do uso de nossa mãos.
Vamos expandir um pouco mais esse conceito de adoração dos amantes, já que agora estamos superando toda aquela programação da sociedade sobre o que pode ser ou não sujo, nojento, repugnante, e estamos na verdade resgatando a nossa inocência de criança, quando tudo é novo e divertido, e não temos esses conceitos e essas programações introduzidas pelo mundo adulto. Nossa sexualidade deve ser uma enorme brincadeira, algo espontâneo e muito gostoso, totalmente livre de regras e limitações.
Pode parecer sem sentido e ilógico falar sobre beijo na boca, mas a verdade é que muita gente ainda não consegue entender do que se trata, embora isso tenha sido disseminado largamente na nossa cultura através de filmes, novelas, seriados, entre outros veículos de divulgação que se utilizem de recursos audiovisuais ou de imagem pura e simples.
Alguns gostam de considerar isso o que muitos convencionaram de chamar de "Preliminares". Particularmente, prefiro questionar todo esse conceito de preliminares, pois isso determina que a relação sexual só acontece efetivamente quando ocorre a penetração dos genitais, coisa que não só não faz o menor sentido, como torna todo o universo possível da nossa expressão sexual muito limitado. Devemos expandir, ao invés de limitarmos e classificarmos tudo. Até porque, se queremos que tudo seja mais espontâneo e divertido, não podemos ficar nos atendo a classificações e denominações sem sentido! Vamos manter a mente fora dessa brincadeira, e vamos nos entregar a nossa expressão natural sexual de forma livre e divertida.
Vamos introduzir um conceito que, pode não ser exatamente novo, mas é algo que não é comumente tomado em consideração durante uma relação sexual.
Adoração. Embora seja algo largamente disseminado em ambientes religiosos, não é algo comumente relacionado a uma relação sexual. Adoramos santos diversos, adoramos imagens, adoramos estátuas, "Deus", "Jesus", O Senhor, Alah, Krishna, Buda, toda e qualquer deidade existente em meios religiosos diversos. Mas por que não adoramos a nós mesmos?
Sim, isso é algo que nos foi negado também ao longo do tempo. Somos imperfeitos, pecadores, perversos, sujos, insignificantes, não merecemos ser adorados!
Por que não? Sim, evidente que essa foi mais uma lavagem cerebral introduzida pela igreja e as religiões como um todo!
Mas... Que tal começarmos a mudar isso de agora em diante? Não estamos agora descobrindo que somos Deuses na carne? Será que isso não faz parte de "Amarmos a nós mesmos"?
