segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Adoração

 

Vamos introduzir um conceito que, pode não ser exatamente novo, mas é algo que não é comumente tomado em consideração durante uma relação sexual.

 

Adoração.  Embora seja algo largamente disseminado em ambientes religiosos, não é algo comumente relacionado a uma relação sexual.  Adoramos santos diversos, adoramos imagens, adoramos estátuas, "Deus", "Jesus", O Senhor, Alah, Krishna, Buda, toda e qualquer deidade existente em meios religiosos diversos.  Mas por que não adoramos a nós mesmos?

 


Sim, isso é algo que nos foi negado também ao longo do tempo.  Somos imperfeitos, pecadores, perversos, sujos, insignificantes, não merecemos ser adorados!

 

Por que não?  Sim, evidente que essa foi mais uma lavagem cerebral introduzida pela igreja e as religiões como um todo!

 

Mas... Que tal começarmos a mudar isso de agora em diante?  Não estamos agora descobrindo que somos Deuses na carne?  Será que isso não faz parte de "Amarmos a nós mesmos"?

 

Evidente que sim, e é por essa razão que cuido de introduzir uma idéia totalmente nova do termo "Adoração"!

 

Eu quero começar a introduzir algo que vou chamar de "Treinamento do Amante".  Como ser um Amante verdadeiramente?  De que forma podemos Amar, de verdade, um corpo humano?

 

Merecemos ser muito amados!  Isso é algo que não nos é negado quando somos crianças, ainda bebês.  Somos acolhidos, abraçados, acariciados, olhados nos olhos, tocados intensamente, massageados, beijados, celebrados.  Mas com o tempo, e conforme vamos crescendo e nos tornando adolescentes, isso vai se perdendo, vai morrendo, e começa a nos ser negado.  Os meninos costumam perder isso mais cedo do que as meninas, já que a programação da sociedade determina que os homens sejam seres rudes, de atitude, avessos a manifestações carinhosas, ou mesmo de expressarem emoções e/ou sentimentos.

 

Para as meninas, isso tende a levar mais tempo para acontecer porque elas precisam ser mais dóceis, obedientes, sensíveis, amáveis.  Mas, eventualmente, isso acontece para elas também.  Não vou dizer que isso é sempre assim para todas elas, pois muitas podem ser criadas de forma mais rude e intransigente, dependendo do tipo de pais que elas venham a ter, caso elas consigam sequer terem pais presentes.  Muitos meninos podem passar por isso também.

 

Mas não vamos nos ater a essas questões de traumas psicológicos que absorvemos de nossos pais, pois esse não é o intuito aqui.

 

O fato é que somos de fato adorados quando somos crianças!  O fluxo de Amor Incondicional que recebemos durante nossos primeiros anos de vida é enorme, mas isso vai sendo podado ao longo dos anos, até ser quase inexistente durante a vida adulta.  É quando passamos a buscar isso em outras pessoas.  E o grande problema é que não conseguimos nunca atender nossas expectativas, pois muito mais do que procurarmos amantes, nós no geral procuramos um substituto de nosso pai ou de nossa mãe, alguém que nos faça nos sentirmos confortáveis, uma energia que seja familiar.  Mas isso nem sempre significa uma energia amorosa!

 

Mais uma vez, não querendo entrar em teorias psicológicas sobre o comportamento humano, a questão aqui não é avaliar a extensão dos traumas que guardamos em nosso subconsciente, armazenados de uma educação deturpada e distorcida, mas sim de deixar bem claro esse conceito de adoração.

 

Independente de estarmos falando de um ser heterossexual, homossexual ou bissexual, todos nós sabemos o que nos atrai, o que consideramos belo e atraente, e o corpo humano é algo que sempre foi adorado ao longo da história humana.  Que o digam pintores e escultores diversos que expressaram sua paixão pela beleza do corpo humano em um número infinito de pinturas, esculturas, afrescos, painéis, peças de publicidade, entre outros.

 

A nudez do corpo humano é algo inquestionavelmente belo e deslumbrante, e qualquer ser que queira se tornar um amante intenso sabe do que estou falando.

 

Um amante verdadeiramente intenso vai saber o que significa adorar a beleza das pernas, dos braços, cada detalhe das mãos, dos pés, passando pelos joelhos, panturrilha, coxas, tornozelo, cotovelos, braço, antebraço, dedos, além de apreciar cada detalhe do tronco, passando pelo peitoral, abdômen, saberá também adorar o rosto, o nariz, a boca, as orelhas, o pescoço, o queixo.  Para um verdadeiro adorador, o corpo inteiro da pessoa amada é algo para ser adorado, beijado, acariciado, tocado, lambido, ou o que quer que tenha vontade de fazer para expressar sua adoração.

 

Um adorador irá apreciar cada milímetro e centímetro do genital da pessoa amada, sabendo explorar cada pequeno detalhe anatômico, independente de que tipo de genital estamos falando.  O adorador irá apreciar o cheiro, o gosto, a beleza dos contornos, a cor, irá beijar, lamber, acariciar, porque para o adorador verdadeiro não existem limites para a expressão da sua adoração.  Esse adorador está adorando um Deus, ou uma Deusa na carne, na forma, em toda a expressão do seu esplendor físico.  Irá certamente apreciar o contorno das nádegas, sentir, massagear, e irá até mesmo apreciar os detalhes anatômicos do ânus, talvez até beijá-lo e lambê-lo!

 

Como disse, não há limites para um verdadeiro amante!  O verdadeiro amante superou suas limitações, superou as programações da sociedade, até mesmo o condicionamento imposto pelos pais, e se tornou um ser soberano em sua expressão única de adoração do ser ao qual ele se presta a amar.

 

Esse é o único caminho para o êxtase!  Se você deseja proporcionar êxtase a uma pessoa amada, você precisa superar suas próprias limitações e reconhecer a enorme beleza que existe nos pequenos detalhes do corpo humano, e ter a coragem de adorar a nudez dessa pessoa como você poderia adorar a beleza de uma criança, ou mesmo um animal de estimação.  Afinal de contas, por que você acha que um animal de estimação está sempre lhe pedindo carinho?  Ser acariciado por um ser humano é a coisa mais extasiante que um pet pode experimentar ao longo de sua existência, e ele não mede esforços para pedir por isso.

 

Por que vamos continuar nos negando todo esse sentimento de êxtase que podemos proporcionar uns aos outros?

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