Isso pode soar estranho à princípio, mas a verdade é que os adultos é que tratam da nudez de forma sexualizada e complicada. A mídia no geral trata de programar essa sexualização exagerada da nudez, e isso só torna tudo muito mais complicado. A religião torna a nudez um pecado. A justiça pune a nudez em público para proteger aquilo que se convencionou de chamar "moral e bons costumes".
São os adultos que criam toda essa problemática da nudez.
Para as crianças, não há nada de errado em ficar nu, em se livrar das roupas. Muito pelo contrário, elas adoram ficar nuas! Para elas é um momento de absoluta descontração e liberdade. É pura diversão ficar nu, não ter que se preocupar com roupas. E elas no geral aproveitam a oportunidade de estarem sem roupas para explorar seus corpos, tocar suas partes íntimas, entrar em contato com sua intimidade. Mas ao contrário do que se possa pensar, essa exploração não tem uma conotação sexual. Trata-se de pura e simples curiosidade de quem acabou de chegar ao mundo e está explorando seu novo corpo, as sensações que ele pode proporcionar, tudo aquilo que pode ser sentido pela pele.
O mundo adulto é que, sem compreender nada disso, trata de tornar a coisa sexual, de tornar tudo sujo e proibido, ou feio de se ver, ou constrangedor.
Devemos resgatar essa inocência de criança, de tratar nossa nudez com total simplicidade, espontaneidade e sentir a liberdade de se viver da forma como viemos ao mundo. Ao contrário do que se possa pensar, não fomos feitos para usar roupas! Nossos corpos precisam respirar, existem trocas muito importantes que são feitas através de toda a extensão de nossa pele, nosso maior órgão do corpo humano, e no entanto insistimos em cobri-lo. Em um dia de frio isso pode ser necessário para nos proteger das baixas temperaturas, mas em um dia de calor?! Não há necessidade de biquínis, maios ou sungas, deveríamos aproveitar as delícias de uma praia completamente nus, sentindo o vento oceânico ativando cada milímetro de nossa pele, sentindo a areia nos pés, sentindo a água gelada molhando e acariciando nossas pernas, nossos braços, nosso tronco, nosso genital.
Principalmente no ambiente íntimo de nossa casa, não deveria haver necessidade do uso de roupas. Mas os adultos não aceitam tal comportamento, não é verdade?
Te garanto, as crianças adoram! Deixe-as nuas e você vai ver a felicidade estampada na cara de cada uma delas.
Se ainda não se convenceu, experimente observar os cachorros. Tente vestir um cachorro, como muitas pessoas gostam de tratá-los como seres humanos em miniatura, e você perceberá que muitos deles irão ficar tristes ou imóveis de ter que usar algo cobrindo seu corpo. Muitos irão lutar para tentar tirar aquilo fora. Com o tempo eles certamente se acostumarão com aquilo, mas até que isso aconteça é certo que haverá muita resistência!
Não, os cachorros também detestam roupas, também não conseguem permanecerem com seus corpos cobertos, até porque eles não têm necessidade disso. Eles já possuem uma proteção natural da pele que é toda recoberta por pêlos. Portanto, para que roupa?
Não somos tão diferentes assim deles, precisamos de mais tempo sem ter nada cobrindo nossa pele. Mesmo nossos genitais necessitam do tempo livre para se refrescarem e respirarem. Os seios femininos necessitam dessa liberdade também para se manterem saudáveis.
Precisamos recuperar essa inocência de criança, pois além de ser muito divertido andar sem roupas, muito embora muitos possam questionar isso, nosso corpo necessita respirar pela pele. Precisamos aprender a sentir a vida pela nossa pele, pois assim perceberemos uma dimensão de vida totalmente nova que nunca nos foi permitido sentir.
Sentir, essa é a chave. Prestem atenção nas sensações que podem ter ao sentir cada coisa que venha a tocar sua pele nos momentos em que estiverem sentados, seja em uma poltrona, numa simples cadeira, ou mesmo que seja em um banquinho. Sinta a carícia de uma corrente de ar que possa estar passando entre a porta e a janela, sinta o prazer dessa carícia por toda a extensão da sua pele.
Cuide de redescobrir o prazer da vida com a inocência de uma criança que está descobrindo o mundo e tudo que pode ser sentido através da nossa pele, graças à extensa rede de nervos espalhada por todo o nosso corpo. Tudo pode ser sentido, basta você prestar mais atenção ao seu corpo.
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