domingo, 5 de fevereiro de 2023

Sentir

 

Vamos falar um pouco sobre espiritualidade.  Mas ao contrário do que se possa pensar, não se trata de estarmos discutindo sobre qualquer tipo de religião aqui.

 

Espiritualidade sempre foi algo profundamente associada a religião, ao conceito de Deus, de julgamento, de certo ou errado, de pecado ou redenção, de coisas sempre associadas a um tipo de Amor que é totalmente condicional, que acompanha certas "condições".

 


Não se costuma dizer que Deus é todo sobre Amor Incondicional?!  Então por que existem certas "condições" para sermos aceitos por Deus?  Por que devemos acreditar em julgar qualquer coisa ou qualquer um, se não devemos considerar "Certo Ou Errado"?  Onde está a incondicionalidade nisso tudo?  Alguém alguma vez já parou para pensar na insanidade das religiões?

 

O caminho mais comum é renegar a existência de Deus.  Mas na verdade, o que muitos não observam, é que na verdade estão renegando as religiões, e não Deus propriamente dito, porque renegar Deus significa renegar a nós mesmos, pois todos nós somos "Filhos de Deus", todos nós temos a centelha Divina dentro de cada um de todos nós.

 

Mas eu havia dito que não falaria sobre Deus, não é verdade?  Nossa Divindade natural sempre foi oprimida e omitida de forma clara e absoluta, mas eu pretendo demonstrar isso de uma outra forma bem diferente.

 

Sentir.  Nossa Divindade reside em nossos sentimentos, em nossas emoções.  E o que temos feito em nossas vidas?  Não renegamos nossas emoções?  Não renegamos que sentimos Amor?  Todos nós amamos alguma coisa, de uma forma ou de outra!  Precisamos fazer isso, é da nossa natureza intrínseca.  Se não sentimos Amor por nossos companheiros humanos, sempre teremos Amor por nossos animais de estimação, por nossas crianças, ou mesmo por nosso carro, nossa casa, nosso telefone celular...  É da natureza humana sentir Amor, seja por algo, ou alguma coisa, ou alguém, portanto reprimir isso é reprimir nossa própria natureza, e essa tem sido a principal razão de ficarmos doentes!

 

Sentir.  Sentir emoções.  Sentir toques, abraços, beijos, carícias.  Mesmo os animais de estimação adoram sentir isso tudo.  Nosso corpo foi projetado para sentir, e isso é inegável!  E quando nos entregamos a sentir, sejam nossas emoções, sejam toques, abraços, carícias, beijos, o resultado é puro êxtase!  Não sentimos êxtase de estarmos brincando com nossos animais de estimação?

 

Eu preciso evitar de falar sobre a nossa conexão com outros Seres Humanos, já que isso anda tão desacreditado, não é verdade?  Mas por quê?  Por que nos tornamos tão insensíveis assim?

 

Vamos desconsiderar, por um momento que seja, as leis da sociedade, todas as regras impostas sobre casamento, sobre "possuir" uma pessoa, conceito absolutamente insano que foi inventado, já que não podemos possuir de verdade alguém.  Não estamos falando de um objeto a ser possuído, mas de uma consciência fazendo uso de um corpo, uma consciência que nasceu para ser livre!

 

Conseguem perceber a distorção criada?  Amor nunca foi verdadeiramente o problema, e no entanto fomos levados a acreditar que o Amor era um problema, algo que prende e reprime, quando na verdade são as leis que regem os casamentos que nos mantém presos e reprimidos.  Amor, o verdadeiro Amor Incondicional, respeita a liberdade de cada um, não tenta restringir ou reprimir, ou mesmo controlar ninguém.  Amor Incondicional nunca se tratou de controlar ninguém.

 

Isso são apenas alguns questionamentos que quero lançar a vocês.

 

Mas vamos voltar ao que nos interessa!  Sentir!

 

Nosso corpo biológico é uma máquina projetada para nos fazer sentir.  Quando digo que preciso falar sobre espiritualidade para poder entender o conceito de sentir, estou me referindo à profunda verdade de que somos consciências espirituais fazendo uso de corpos físicos para termos a experiência fascinante de sentir, sentir a vida, sentir todos os prazeres que a vida nos proporciona, como comer, beber, cheirar, ouvir, ver... e sentir!  Seja isso sentir emoções, ou mesmo sentir toques, abraços, beijos, ou mesmo a máxima experiência que se pode atingir quando nos entregamos por inteiro a essa experiência de sentir, em particular sobre tocarmos o nosso genital.  O que acontece mesmo?  Atingimos o orgasmo, não é isso?!

 

Quando atingimos o orgasmo de forma mecânica e ausente de emoções, esse orgasmo pode ser satisfatório, mas sempre estará limitado pela ausência de nossas emoções.  Mas quando atingimos esse orgasmo em uma expressão plena de Amor Incondicional, mesmo que seja por nós mesmos... Isso se torna cósmico!

 

Ah, mas a sociedade determinou que não se deve se entregar tanto à masturbação, não é mesmo?!  Dizem que é o que?  Desperdício de energia?  Leva à loucura?  Pode crescer cabelos na palma da mão, não é verdade?!

 

Deixar de sentir a vida é que leva à loucura e nos deixa doentes!  Deixar de sentir nossas emoções, que nada mais é do que a manifestação de nossa centelha Divina em nós mesmos.  Deixarmos de nos abraçar, de se beijar, de se tocar, de levarmos uma outra pessoa por quem estejamos emocionalmente envolvidos a um delicioso orgasmo de ordem cósmica.

 

Isso é que nos mata aos poucos!

 

Nossos corpos são máquinas feitas para sentir, e devemos aproveitar todos os prazeres e sentimentos que esse corpo nos permite sentir.

 

E não há absolutamente nada de errado com isso!

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