Vamos falar um pouco sobre anatomia.
É uma loucura viver comparando corpos, algo totalmente sem lógica considerando que cada um tem um tipo diferente de estrutura óssea, muscular e morfológica, e que essa enorme variedade é criada através da grande infinidade de variações genéticas existentes na raça humana.
Portanto, a comparação, a famosa criação de um padrão de beleza sempre se mostrou algo absolutamente cruel e sem sentido. Cada um tem uma estatura definida, uma disposição específica para ser gordo ou magro, musculoso ou flexível, volumoso ou fino, e todos são perfeitos da forma que se apresentam.
Constitui uma enorme crueldade classificar um determinado tipo de corpo como sendo um ideal de beleza, e considerar todos os outros como sendo "formatos indesejados ou inadequados". Todos merecem ser representados de uma forma ou de outra, e a diversidade deve ser acolhida e valorizada.
Alto ou baixo, gordo ou magro, curvilínea ou reta, pernas grossas ou finas, cintura fina ou grossa, seios grandes ou pequenos, ou até mesmo desiguais... Não importa quais sejam as características, todos merecem ser apreciados e admirados do jeito que são. Não existe um "certo ou errado" nessa configuração, todos são absolutamente únicos em si.
E todos são admiráveis! E isso deve ser incentivado desde criança, mostrando a ela que seu corpo é algo belo e perfeito, permitindo sua nudez para que se sinta à vontade com seu próprio corpo, mostrando-se nu para essas crianças para mostrar suas próprias características únicas, incentivando as crianças a conhecerem melhor a natureza de seu próprio corpo através da exploração de corpos já maduros e adultos, conscientizando das diferenças, mostrando que não há nada de errado com nenhum corpo, eles apenas são diferentes.
Está na hora de acolhermos nossas diferenças. Já não faz mais sentido criar um determinado tipo de "corpo certo" para excluir todos os outros. Todos, indiscriminadamente, são perfeitos do jeito que são.
Mas o mais importante é que quando nos colocamos nus e reunidos em um mesmo ambiente, percebemos o quanto somos iguais, o quanto nascemos iguais, apesar das diferenças e da diversidade.
Tirando a pequena diferença dos órgãos sexuais e dos seios femininos, todos nós temos dois braços, duas pernas, dois pés, duas mãos, um tronco, uma cabeça, umbigo, mamilos. Temos sensibilidade em nossa pele, podemos cheirar, ouvir, ver, degustar, podemos nos machucar, nos ferir, mas também podemos dançar, cantar, festejar, abraçar, beijar.
Toda a sexualização da nudez provém de nossas cabeças, da programação que sofremos ao longo do tempo, e mesmo essa discriminação imposta pelos padrões de beleza também constitui uma programação que nos é ensinado desde cedo, seja através de nossos pais, seja através da televisão, da escola, tudo isso sempre colaborou para criar essas distorções, essa cultura de comparação e de valorização de um determinado tipo de corpo, um determinado tipo de comportamento.
Chegou a hora de nos desvencilharmos de toda essa programação sofrida e nos vermos com olhos de aceitação, respeito, admiração daquilo que é único e diferente. Não temos que ser iguais! Não temos que seguir nenhum determinado tipo de comportamento! Cada um seguirá suas próprias visões, terá seu próprio jeito de ser e assumirá suas características únicas de seu corpo perfeito e belo.
Todos tem direito a serem amados do jeito que são. Todos merecem serem respeitados do jeito que são. Todos, mas absolutamente todos, merecem serem aceitos e acolhidos em suas diferenças!
Celebrem sua beleza, todos são absolutamente especiais!
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