Antes de mais nada, para conseguir se sentir bem nu, é necessário ter total aceitação de seu corpo do jeito que ele é.
O grande problema da maioria das pessoas consiste em viver se comparando às outras. Devido a enorme influência da televisão e os principais meios de comunicação, seja internet, revistas, jornais, entre outros, existe uma idéia criada e programada na mente de todos de que existe um tipo específico ideal de corpo, seja para os homens, assim como para as mulheres.
As mulheres principalmente sofrem com essa constante comparação de seus corpos com os das modelos de passarela, aquelas mulheres magras e supostamente felizes e poderosas, já que vivem um mundo de riqueza e beleza plenas, e são elas que ditam as regras do mundo da beleza, do glamour, da moda, de tudo que é mais cobiçado pelo gênero feminino.
Isso, ao invés de criar um senso de inspiração e desejo de ser tão bela e glamorosa como elas mostram ser, criou um estado de frustração e baixa auto-estima na grande maioria das mulheres que em sua maioria carregam características tipicamente femininas, como celulites, culotes, estrias, varizes e todo um universo de "defeitos" que as torturam pura e simplesmente por viverem se comparando a essas mulheres.
Isso sem contar questões como excesso de peso, gorduras localizadas, marcas e cicatrizes que tornam as coisas ainda mais complicadas.
A mídia em geral tenta convencer a todos que só essas modelos de corpos esculturais, sejam modelos de passarela ou mesmo de corpos construídos em academia é que têm o direito de se mostrarem nuas, sejam nas capas das revistas masculinas, seja nos desfiles de escola de samba, seja na cena da novela ou em qualquer outro lugar onde a nudez vive sendo associada a uma temática sexual constante, tornando as coisas ainda mais complicadas para todos.
Os homens também sofrem com essa comparação, já que os homens que são mais valorizados no meio televisivo também são aqueles de corpos construídos em academia, de músculos a mostra, de abdômen definido, tipo "tanquinho", sem uma gordurinha sequer no corpo.
Até quando vamos continuar nos comparando aos outros? Por que aceitar um padrão de beleza que não constitui a realidade da grande maioria das pessoas que existem no mundo real? Será que ninguém percebe que isso só visa nos manter constrangidos e desconectados de nossos próprios corpos? E por que essa necessidade de tornar tudo tão exageradamente sexual?
O questionamento é muito importante, e essas são questões que merecem ser questionadas.
O movimento naturista tem sido importante no questionamento dessa cultura disseminada pela mídia, ao se questionar toda essa sexualização da nudez e o quanto isso nos prejudica, nos levando a ter uma imagem negativa não só da nudez, mas também do nosso próprio corpo e daquilo que simplesmente nos tornam reais e verdadeiros. Ninguém precisa ser malhado de academia, ser excessivamente magro ou ter curvas fenomenais para poder curtir a liberdade de se sentir em contato total com o mundo a nossa volta, porque é isso que a nudez nos proporciona. Sentir a vida com a nossa pele.
Somos lindos e perfeitos em nossa imperfeição, e a nudez possibilita todo um novo universo de sensações que nos é negada por essa sociedade que nos cobra que estejamos vestidos o tempo todo, apenas nos permitindo a nudez para tomar banho, assim mesmo com a porta do banheiro fechada.
Por que? Qual o problema da nudez? O corpo humano, em sua complexidade e beleza absoluta, constitui uma obra da natureza de uma beleza incomparável. Não nascemos para vivermos vestidos. As roupas podem nos trazer uma série de problemas, porque nossa pele precisa respirar. Realizamos trocas constantes através da pele, e isso deve ser respeitado. Nossos genitais precisam de um tempo livres de qualquer coisa que os cubram para poderem se manter frescos e saudáveis, independente se estamos falando do genital feminino ou masculino. Isso evita a disseminação de vírus e bactérias nessas regiões, além de possibilitar a respiração e o frescor nessas áreas que são necessárias para a manutenção da saúde. Também proporciona um melhor funcionamento dos órgãos sexuais, promovendo uma melhor produção de espermatozóides para os homens, já que os testículos precisam se manter frescos.
Não importa se somos gordos ou magros, se somos altos ou baixos, nossos corpos são perfeitos com todas as suas estrias, gorduras localizadas, dobras, marcas, cicatrizes, celulites ou varizes. Existe uma perfeição inquestionável em nossos braços, nossas pernas, nossos pés, nossas mãos, nosso tronco e nossa cabeça. Aceite seu corpo do jeito que ele é! Assuma seus defeitos. Não vou por agora estimulá-los a se tornarem naturistas e começarem a freqüentar esses locais de nudez social, mas a verdade é que a grande maioria das pessoas que freqüentam esses locais não têm os corpos perfeitos que são mostrados nas novelas e nos filmes de Hollywood, mas estão felizes e satisfeitos por estarem sem suas roupas, sentindo a natureza na pele, tendo um verdadeiro sentimento de êxtase por poderem sentir a vida com a pele.
Para os próximos textos estarei explicando de que forma começar a vencer as inibições, praticando a princípio a nudez dentro de casa, de seu ambiente mais íntimo, realizando as tarefas mais corriqueiras do dia a dia sem ter uma pequena peça de roupa sequer sobre o corpo. Existem cortinas, não existem? Ninguém precisa participar dessa sua exploração de uma liberdade a ser estimulada e praticada.
A menos que você queira experimentar um certo exibicionismo...
Faça o exercício do espelho, à princípio. Se você possui um espelho grande, ou ao menos que lhe permita mostrar seu corpo inteiro, experimente ficar nu na frente dele. Veja a pessoa que está a sua frente como uma outra pessoa, não como um reflexo de si mesmo. Observe a perfeição de seus braços, suas mãos, suas pernas, seus pés, seu tronco. Mesmo seu genital. Tire a atenção dos defeitos, esqueça-se deles! Exercite se ver com uma imagem positiva. Reprograme sua mente para se ver como uma pessoa única, linda, com todos os seus pequenos detalhes anatômicos que a tornam quem você é.
Não se compare a ninguém, nunca mais!
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